Lauraceae

Cryptocarya riedeliana P.L.R.Moraes

Como citar:

Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2019. Cryptocarya riedeliana (Lauraceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

314.004,623 Km2

AOO:

112,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência no(s) estado(s) da BAHIA, no(s) município(s) de Almadina (Silva 94), Castro Alves (Moraes 3126), Jussari (Amorim 2226), Uruçuca (Thomas 8070), Wenceslau Guimarães (Loureiro 529); ESPIRITO SANTO, no(s) município(s) de Santa Teresa (Kollmann 4413); RIO DE JANEIRO, no(s) município(s) de Cachoeiras de Macacu (Kurtz s.n.), Campos dos Goytacazes (Martinelli 13324), Guapimirim (Paciornih 3850), Itatiaia (Quinet 634), Nova Friburgo (Araújo 107), Nova Iguaçu (Rodrigues s.n.), Petrópolis (Moraes 2465), Rio de Janeiro (Ribeiro 1003), Silva Jardim (Farias 80), Valença (Baez 1870); SÃO PAULO, no(s) município(s) de São Bernardo do Campo (Caruzo s.n.) e São Luis do Paraitinga (Moraes 1234). Segundo a Flora do Brasil 2020 a espécie não ocorre no(s) estado(s) de São Paulo.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 20 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Popularmente conhecida por canela-branca, canela-murici, canela-noz-moscada, nosca-moscada-do-brasil, nox-moscado-do-brasil, noz-moscada, noz-moscada-do-brasil, foi documentada em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) associada a Mata Atlântica presente em 18 municípios distribuídos pelos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=264771 km², constante presença em coleções, inclusive com coletas realizadas recentemente (2018) e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas onde ainda resistem na paisagem grandes extensões de fitofisionomias florestais em bom estado de conservação. A espécie ocorre aparentemente de forma ocasional na maior parte das localidades em que foi registrada, conforme análise das coleções revela. Não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua sobrevivência na natureza. A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território SP - 20 (SP), Território Espírito Santo- 33 (ES), Território Itororó - 35 (BA) e Território Milages - 39 (BA). Assim, foi considerada de Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e tamanho populacional) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua conservação no futuro ante a ampliação dos vetores de stress severos que incidem sobre partes de sua distribuição conhecida.

Último avistamento: 2018
Quantidade de locations: 18
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: ABC Taxa 3: 94. 2007. (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Popularmente conhecida por Canela-branca, canela-murici, canela-noz-moscada, nosca-moscada-do-brasil, nox-moscado-do-brasil, noz-moscada, noz-moscadado-brasil no Sudeste (Moraes, 2006).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa Montana
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvores de 19.5 m de altura (Thomas 8012), ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2019. Cryptocarya in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB8409>. Acesso em: 12 Dez. 2019

Ameaças (8):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present national very high
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta (Simões e Lino, 2003).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2003. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.2 Commercial & industrial areas habitat past,present national very high
A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2003. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat past,present,future national very high
Em 2006, no Bioma Mata Atlântica se encontravam perto de 90 mil estabelecimentos (29% do total de estabelecimentos produtores de bovinos de corte do Brasil), cerca de 17 milhões de hectares de pastagens (16% do total de pastagens destinadas à pecuária de corte do país) (IBGE, 2009).
Referências:
  1. IBGE, 2009. Censo Agropecuário 2006. IBGE - Inst. Bras. Geogr. e Estatística 777. https://doi.org/0103-6157
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present national very high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2 Wood & pulp plantations habitat past,present regional high
Os municípios de ocorrência da espécie apresentam redução da vegetação original. As áreas transformadas em Floresta Plantada representam 2,6% do território do município de Conceição da Santa Teresa (ES) e 0,4% de Itatiaia (RJ) (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 07 de novembro 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas habitat past,present,future national high
Os municípios de ocorrência da espécie apresentam significante apelo turístico. No estado do Rio de Janeiro o(s) município(s) de Guapimirim (RJ), que faz parque do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, um dos principais roteiros turísticos da região, atrai visitantes pela beleza natural (Guimarães, com. pess., Castro, 2008). Já Nova Friburgo (RJ) se tornou um local de atração turística com a substituição das propriedades destinadas à agricultura por pousadas, hotéis, restaurantes e casas de veraneio (Mendes, 2010). Nova Iguaçu (RJ), município da baixada fluminense, faz parte do entorno da REBIO Tinguá, onde a população busca áreas ainda conservadas para banhos de cachoeira e outras formas de lazer e contato com a natureza (Teixeira, 2006). No estado da Bahia o turismo tem sido estimulado pelo governo. O objetivo é dotar o estado das condições necessárias para o aproveitamento de suas potencialidades naturais, históricas e culturais, ordenando o espaço territorial e definindo as ações necessárias ao desenvolvimento do turismo Desta forma, foram definidas Zonas Turísticas e uma delas é a Costa do Cacau, litoral sul, abrangendo os municípios de Itacaré, Uruçuca, Ilhéus, Una e Canavieiras (ICMBio, 2018).
Referências:
  1. Castro, E.B.V. de, 2008. Plano de manejo do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Brasília, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Portaria ICMBio. Brasil.
  2. Mendes, S.P., 2010. Implantação da APA Macaé de Cima (RJ): um confronto entre a função social da priopriedade eo direito ao meio ambiente ecologicamente preservado. V Encontro Nac. da Anppas, Florianópolis, SC.
  3. Teixeira, L.H. dos S., 2006. Plano de Manejo da Reserva Biológica do Tinguá. Brasil.
  4. ICMbio, 2018. Reserva biológica de Una. Plano de manejo. http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/REBIO%20Una.pdf. (Acesso em 12 de Julho de 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.2 Dams & water management/use habitat past,present regional high
Os municípios de ocorrência da espécie apresentam alterações na biodiversidade local pela presença de Usinas Hidrelétricas. O município de Bom Jardim (RJ) possui uma Pequena Central Hidrelétrica no Rio Grande, Petrópolis (RJ) possui 2 unidades de hidrelétricas e o município de Santa Teresa (ES) possui uma unidade instalada no Rio Bonito (Lapig, 2018, Aneel, 2019).
Referências:
  1. Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. SIGEL: Sistema de Informações Geográficas do Setor Elétrico - www.sigel.aneel.gov.br/portal/home/, (acesso em 11 de setembro 2019).
  2. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 12 de Novembro de 2018).
  3. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 31 de outubro 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.3 Indirect species effects 5.1 Hunting & collecting terrestrial animals mature individuals past,present regional medium
Nos dias atuais, o maior problema da Estação Ecológica do Paraíso (RJ) não é a utilização direta de seus recursos vegetais e sim a grande pressão exercida sobre a fauna. Esta degradação de mamíferos e aves tem, obviamente, reflexos danosos importantes na vegetação, uma vez que nas florestas tropicais um grande percentual de espécies tem nestes animais seus vetores de dispersão (Kurtz e Araújo, 2000). Na Estação Biológica de Santa Lúcia (ES), os autores Mendes e Padovan (2000) afirmam que mesmo em pequena escala ainda existe caças clandestinas, gerando risco de incêndio.
Referências:
  1. Kurtz, B.C., Araújo, D.S.D. de. 2000. Composição florística e estrutura do componente arbóreo de um trecho de Mata Atlântica na Estação Ecológica do Paraíso, Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 51(78/115): 69-112
  2. Mendes, S.L., Padovan, P., 2000. A Estação Biológica de Santa Lúcia , Santa Teresa, Espírito Santo. Bol. Mus. Biol. MELLO LEITÃO 11/12, 7–34. https://doi.org/10.1016/j.jaridenv.2012.09.013

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie será beneficiada por ações de conservação que estão sendo implantadas no PAN Rio, mesmo não sendo endêmica e não contemplada diretamente por ações de conservação.
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente -SEA : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada no Estação Ecológica do Paraiso (PI) (Paciornih 3850), Parque Estadual da Serra da Concórdia (PI) (Baez 1670), Parque Estadual da Serra do Mar (PI) (Moraes 1234), Parque Estadual do Desengano (PI) (Martinelli 13324), Parque Estadual dos Três Picos (PI) (Baez 1360), Parque Nacional da Tijuca (PI) (Duarte 5300), Parque Nacional do Itatiaia (PI) (Quinet 634), Reserva Biológica do Tinguá (PI) (Rodrigues s.n.), Reserva Biológica Poço das Antas (PI) (Farias 80), Reserva Ecológica de Guapiaçu (PI) (Baez 1343).
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território SP - 20 (SP), Território Espírito Santo- 33 (ES), Território Itororó - 35 (BA) e Território Milages - 39 (BA).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.